Um fadista...
Um amigo...
Uma voz que nos espanta de tanto talento e emoção... Uma voz que dá cor aos sentidos...
Um "grito" que desperta as nossas vidas...

BRAVO GONÇALO SALGUEIRO!



quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Mais magia no palco...Estoril emocionou-se!

Mais uma experiência única, desta vez vivida pela minha amiga Raquel que tão bem descreve aqui tudo o que sentiu... Desta vez foi no Casino Estoril. Na próxima vai ter que ser no Porto...
Deliciem-se com estas imagens e palavras... Beijinhos Raquel e obrigada pelo teu testemunho!















"A noite começou com um espectáculo belíssimo de um novo projecto intitulado Sons do Tejo. Este grupo foi recebido com palmas entusiastas a cada música, mas o melhor da noite ainda estava para vir…

Na segunda parte, Carlos Cruz, o apresentador da noite, anuncia que a voz que se segue é uma voz particularmente especial que iria tocar-nos de certeza, pois ele próprio havia ficado impressionado na semana anterior no Casino da Figueira quando o ouviu pela primeira vez.
Entra então o “nosso” Gonçalo com uma postura que muito me fez lembrar a personagem de Jesus a descer do céu na sua plataforma. Começa, como não poderia deixar de ser, com o “Grito” de Amália Rodrigues, que como ele próprio diz, tanto o caracteriza, e o qual não pode deixar de cantar onde quer que vá. E compreendeu-se porquê… Um fado com uma tristeza, uma carga emocional, um sentimento imenso, que o Gonçalo transmitiu a cada nota!
Logo no final deste seu primeiro fado foi aplaudido com gritos e bravos vindos de todos os cantos da plateia. Deu logo ali para ver que a noite iria ser de uma beleza e intimidade sem tamanho!
Seguiram-se vários outros fados “Olhei para ti e morri”, “Meia-noite e uma guitarra”, “Ai Maria”, “Carências de ti”. Ouvimos assim, fados mais tristes, cantados com uma alma e com uma serenidade desarmante a cada palavra, assim como fados mais alegres nos quais mostrou uma energia arrebatadora e inebriante que contagiou o público (dos quais realço “A Tendinhas”, um dos meus momentos preferidos da noite!).
Entre um e outro fado ia cumprimentando amigos, conhecidos e familiares enviando beijos e agradecendo a sua presença. No público encontrava-se Maria da Fé e Alexandra entre outros fadistas seus amigos, a quem teceu um agradecimento especial pelo seu apoio na sua carreira. No meio destes sorrisos devo confessar que um deles a mim foi dirigido, com um beijo enviado do palco...foi para mim uma surpresa, claro!
Terminou o seu espectáculo com o “Canto o fado”, convidando o público a juntar-se a ele no refrão, um momento fascinante de pura magia! Foi então aplaudido de pé, ouvindo-se do meio da plateia “só mais uma”…eu diria melhor: “só mais muitas, por favor…!”.
Passou então a uma entrevista feita por Carlos Cruz, num ambiente criado com dois sofás e uma mesinha, como que uma pequena sala de estar. Foi uma entrevista muito descontraída e informal e ao mesmo tempo muito divertida. Falou desde o início da sua carreira nas casas de fado, enquanto ainda estudava, da edição dos seus CDs, da sua passagem pelo musical “Amália”, pelo Casino Estoril na peça “Egoista”, chegando claro ao “Jesus Cristo Superstar”.
Aquando da conversa sobre o desempenho no musical “Amália” e sobre o dueto que fez com Alexandra, palavra puxa palavra e, de repente, Alexandra sobe ao palco e viveu-se um momento único: “Ai mourrir pour toi” cantado pelos dois de improviso. Como dizia Gonçalo Salgueiro em tom de brincadeira “olhe que isto não fazia parte do caché…”, ao que Carlos Cruz responde “la fora preparem-se para pagar mais x cada um”.
Falando de JCS, do prazer lhe dava fazer esta personagem e o quanto estava cansado por causa dos ensaios tardios, mencionou que estavam lá pessoas do Porto que já tinham visto o musical e sabiam o quanto ele era desgastante ao nível físico e vocal. Então agradeceu às pessoas que tinham ido especialmente do Porto para o ver, foi um gesto bonito que eu, pessoalmente, apreciei imenso!
No final, cantou a “lágrima” a pedido de Carlos Cruz, pois várias pessoas lho tinham pedido. Ele chegou mesmo a dizer que pela forma como o tinha feito na Figueira, tinha a obrigação de o voltar a cantar naquela noite.

E foi realmente, não o momento alto da noite, porque foram todos, mas o mais eloquente de certeza, em que o Gonçalo se emociona especialmente.
Para tentar descrever aquilo que senti ao assistir a este espectáculo, só consigo dizer que foi o momento mais bonito que alguma vez vivi. Eu já esperava um excelente serão por aquilo que havia sentido no JCS e ao conhecer os seus CDs e vídeos de trás para a frente…mas ultrapassou qualquer expectativa que eu poderia ter.
Compreendo agora o amor que ele tem ao fado e as saudades que dele sente enquanto faz o JCS, pois é aqui que ele realmente se perde e se reencontra, se exprime, se liberta, se dá completamente sem quaisquer reservas. Conter as emoções, as lágrimas, foi uma missão impossível…a generosidade e a emoção do seu canto contagiaram o público de uma maneira especial. Aquele espectáculo tornou-se de tal maneira intimista que chegava a parecer que estava a cantar para cada um de nós, como se nos transportasse ao colo, tal era o carinho que nos era transmitido...
No final, quando as pessoas começaram a dispersar, e como prometido, esperei para tentar falar com ele. Esperamos e ele apareceu, e após cumprimentar alguns familiares e amigos aproximou-se de nós e agradeceu a nossa presença e o nosso carinho. Mas quem tem de agradecer somos nós Gonçalo….
Falou do cansaço dos ensaios no Politeama, mas também de como se está a tornar num espectáculo ainda mais estrondoso que no Rivoli. Teve ainda paciência para autografar os nossos CDs e tirar fotos de recordação, coitado, só ele para nos aturar… Falei-lhe do blogue, do grupo e entreguei as respectivas mensagens. Ele respondeu a tudo com toda a sua humildade, simpatia e generosidade. Um ser único realmente, e um momento único que não vou esquecer nunca!
Só consigo rematar dizendo que sempre que puder não vou perder a oportunidade de repetir uma noite mágica como esta. É bom demais para não ser vivido de novo, é uma série de emoções e sentimentos, enquanto somos transportados para um mundo à parte, o mundo do Gonçalo…só é pena acabar tão rápido! Espero poder repetir em breve, nem que seja no Algarve!

Beijos Gonçalo, para si não há palavras, só muito carinho e admiração!"

Raquel


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