GONÇALO SALGUEIRO DE VOLTA AOS MUSICAIS DE FILIPE LA FÉRIA
Escrito por Joana Vasconcelos e Joaquim Ferreira Leite
Domingo, 19 Setembro 2010 08:00
“Se as pessoas do Norte gostarem, está aprovado!”Depois do sucesso que obteve com a sua prestação em “Jesus Cristo SuperStar”, Gonçalo Salgueiro volta agora aos palcos dos musicais com uma interpretação no novo musical de Filipe La Féria, “Fado, História de um Povo”. Uma experiência diferente enquanto actor, mas uma complementação da sua vida profissional enquanto fadista. Quanto ao Porto, Gonçalo Salgueiro não consegue esconder uma saudade latente e admite mesmo que o público do norte “tem um carinho genuíno” por ele, algo que tenta retribuir em palco da melhor forma. Mais um grande espectáculo, depois de “Jesus Cristo SuperStar”.
É o regresso em grande aos musicais de La Féria?
Não sei se é em grande, espero que seja em boa forma. As pessoas têm estado a gostar muito, é um trabalho completamente diferente de “Jesus Cristo SuperStar”. Tem muito mais a ver com a nossa música, com a nossa identidade, e o público tem estado a gostar muito e nós também gostamos de fazer parte de um projecto assim.
Durante este período de quase dois anos houve um novo reencontrar com o fado, que nunca abandonou, apesar de ter estado no musical “Jesus Cristo SuperStar”. O que tem de novo para dar aos que o apreciam no nosso Portugal?O “Jesus Cristo SuperStar” não foi sequer um abandono do fado, mesmo porque eu tentei, no meio daquele musical, dar um cheirinho da nossa identidade. De qualquer das formas, obviamente, nestes anos continuei a fazer os meus concertos a solo, alguns no Norte também. Relembro com muito carinho um que fiz em Matosinhos, que foi extraordinário, na Câmara Municipal. Estive a gravar e saiu em Dezembro o disco “Gonçalo Salgueiro” com CD e DVD, portanto, regressei à minha vida normal.
E agora continua na mesma…
Sim, neste momento, não estou é a fazer espectáculos a solo porque estou aqui todos os dias.
Mais uma grande produção, mas só isto...Sim, tem de ser, as pessoas têm de vir e que venham as pessoas do Norte do país que são o melhor público que há.
Está a dar um elogio é isso?
Não estou a dar um elogio, é verdade! Depois de ter corrido tantas terras e cantar em tanto lado, cá dentro e lá fora, o sítio onde mais acarinhado fui, toda a minha vida, foi no Norte. Não sei se por estar a fazer de Cristo, mas penso que as pessoas tinham realmente um carinho genuíno por mim em toda a zona do Porto e nas zonas à volta. E ainda sinto, porque vêm aqui ver-me e são extremamente entusiastas. Penso que as pessoas do Norte do país têm uma verdade um bocadinho maior, quando gostam, gostam, quando não gostam, não gostam mesmo. E é com essa verdade que eu conto e, por isso, é que quero muito que venham, porque se as pessoas do Norte gostarem está aprovado!
Fadista num espectáculo musical em que o fado é o grande tema. Sente-se como um peixe na água?Sim, embora eu, mais uma vez, esteja a fazer um bocadinho de tudo. Porque não estou a cantar só fado. Canto fado tradicional, uma ou duas peças que podiam estar perfeitamente em musicais estrangeiros, portanto, também estou a variar um bocadinho a minha prestação.
Só prova que é um fadista disponível para atacar noutras áreas…
Para mim, o que me interessa é realmente poder manter sempre uma certa versatilidade no meu trabalho e poder fazer um bocadinho de tudo, nunca perdendo a minha identidade. Penso que é aí que está o ganho, desde que nós sejamos nós próprios, podemos cantar tudo e mais alguma coisa que as pessoas vão gostar.
E entusiasma o público, isso nota-se durante o espectáculo…
Ainda bem.
Também é verdade que está no meio de vários fadistas…
É verdade, estou no meio de colegas extraordinários. É um privilegio, para mim, voltar a trabalhar com a Alexandra, com quem me estreei em teatro no “Amália”. Aliás, nós trabalhamos muitas vezes juntos e o Filipe sabe isso. Penso que talvez daí nos tenha juntado para a abertura do espectáculo e a representação do nascimento do fado no mar. Para mim é uma grande amiga e uma profissional extraordinária, juntamente com a Liana, que é uma pessoa fabulosa e uma artista fantástica, bem como o Henrique Feist que é, mais uma vez, um prazer estar com ele um ícone da minha meninice. Estou, também, com o Luís Matos, com a Elsa Casanova, a Paula Sá, que é fantástica, também, do Norte, a Inês Santos… É um privilegio trabalhar com todos eles.
Ainda temos “Fado” para dar e durar?Esperemos que sim.
E qual é o passo futuro?Eu gosto de pensar no dia-a-dia, não gosto de pensar no que vem. O meu próximo passo é continuar aqui, dar sempre o meu melhor, tentar levar o espectáculo mais além e, a partir daqui, seguir carreira enquanto as pessoas me quiserem ouvir.
22 de Novembro - Teatro Armando Cortez - 21:30h - Espectáculo de homenagem à grande Fadista Fernanda Maria, cuja receita reverte totalmente a favor da Casa do Artista! 
"No próximo domingo, 5 de Setembro, às 16h00, a Rádio Centro FM, de Carregal do Sal, vai transmitir uma entrevista que Jorge Nascimento realizou com o fadista Gonçalo Salgueiro.
"A emoção era muita para voltarmos a ver o nosso querido fadista ao vivo. Pois tanto eu como a Ni não o víamos desde Fevereiro de 2009. Foi tempo demais na verdade.
